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💸 peruca cara essa, hein?
veja também: as pessoas com deficiência estão ocupando espaço no mundo e no Direito...
01/05/2025
quinta-feira
bom dia, lawlover. hoje, queremos te desejar um excelente dia do trabalhador. essa data é comemorada anualmente em quase todos os países do mundo - e foi, em 1943, a data da assinatura da nossa CLT! 📃🖋️ então, aproveite seu dia de descanso (ou trabalho 😬) e venha se atualizar com a gente 😉

Importante! Já conferiu as notícias da semana passada? Nosso podcast facilita sua vida com um resumo do que rolou no mundo jurídico! Clique no link abaixo para ouvir 🎧💙
NA PAUTA DE HOJE…
💸 Discurso transfóbico gera condenação
🚧 STF mantém muro da “Cracolândia”
👏 Sustentação inédita de advogado com TEA
🎭 Júri vira palco: ampla defesa prejudicada?
💻 Intervalo para digitação garantido
direito civil
Nikolas Ferreira é condenado por discurso transfóbico 💸
A Justiça do DF condenou o deputado federal Nikolas Ferreira a pagar R$ 200 mil por danos morais coletivos após um "espetáculo" no Dia da Mulher de 2023 — quando ele subiu à tribuna da Câmara com uma peruca loira e declarou que "se sentia mulher".

Imagem: Reprodução/TV Câmara
A juíza Priscila Faria da Silva, da 12ª Vara Cível de Brasília, entendeu que o show de mau gosto ultrapassou o direito à liberdade de expressão e escorregou direto para o território do discurso transfóbico. 🎭
Segundo a sentença, o deputado não apenas zombou da identidade de pessoas trans, como também incentivou a deslegitimação dessa vivência. Resultado: o discurso virou indenização — e daquelas com muitos zeros. A ação foi movida por entidades LGBTQIA+ que alegaram legítima violação de direitos coletivos. ⚖️
Já na esfera criminal, Nikolas escapou por pouco. O ministro do STF André Mendonça arquivou o caso com base na imunidade parlamentar, mas jogou a batata quente no colo da Câmara para decidir se houve quebra de decoro. Ou seja: o episódio ainda rende pano para a toga. 🔥
📚 O que são direitos coletivos e como funciona a violação desses direitos?
Os direitos coletivos são aqueles que pertencem a um grupo, categoria ou classe de pessoas, ligadas entre si por uma situação comum. Esses direitos não se referem a uma pessoa isoladamente, mas sim a uma coletividade, e sua violação atinge todos que fazem parte desse grupo — mesmo que em graus diferentes.
Esses direitos podem ser classificados em três grandes grupos:
✅ Direitos difusos – pertencem a um grupo indeterminado de pessoas ligadas por circunstâncias de fato (ex: direito ao meio ambiente equilibrado).
✅ Direitos coletivos stricto sensu – pertencem a um grupo determinado ou determinável, ligado por uma relação jurídica comum (ex: os alunos de uma universidade pública).
✅ Direitos individuais homogêneos – têm origem comum, mas são exercidos individualmente (ex: clientes prejudicados por cláusula abusiva de um contrato padrão).
Quando há uma violação desses direitos, a responsabilização costuma ser feita por meio de ações coletivas, como a ação civil pública ou a ação coletiva de responsabilidade por danos morais coletivos. Elas buscam a reparação do dano (por vezes com indenização em dinheiro) ou a cessação da conduta ilícita.
direito constitucional
Muro da “Cracolândia” segue de pé: STF diz que não é segregação, é segurança 🚧
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, negou o pedido para derrubar o muro construído pela prefeitura de São Paulo na “Cracolândia”. O solicitante bateu à porta do Supremo na ADPF 976, alegando que o paredão de 40 metros era puro preconceito urbanístico e feria o direito de ir e vir da população em situação de rua 🚷.
Mas Moraes não comprou essa ideia. Para ele, o muro não cerca nada, apenas acompanha a rua — e, segundo a prefeitura, substitui tapumes que viviam sendo destruídos.
O ministro entendeu que a construção tem função preventiva e está dentro da competência municipal, servindo como medida de segurança pública para evitar atropelamentos no local. 🚗

Imagem: Willian Moreira/Ato Press/Folhapress
No fim das contas, o STF disse "não" à remoção, entendendo que não houve violação de direitos fundamentais, nem descumprimento de decisão anterior sobre políticas públicas. 📜
➕ Saiba mais!
A ADPF (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) é uma ação do controle concentrado de constitucionalidade, usada no STF para evitar ou reparar lesão a preceitos fundamentais da Constituição Federal.
🧠 O que são preceitos fundamentais? São valores essenciais da Constituição, como: a dignidade da pessoa humana, os direitos e garantias fundamentais, a separação dos Poderes, o devido processo legal, a igualdade, entre outros.
⚖️ Quando cabe a ADPF? A ADPF pode ser usada quando: não há outro meio eficaz de sanar a lesão (ou ameaça) a preceitos fundamentais; a norma questionada já está revogada, mas ainda produz efeitos; a situação envolve atos concretos do poder público, que estão gerando conflitos constitucionais relevantes.
👥 Quem pode propor? Somente os legitimados do art. 103 da Constituição Federal, como: Presidente da República, Mesa da Câmara ou do Senado, Governadores, PGR, OAB, partidos políticos com representação no Congresso, confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional.
conquista!
Advogado com TEA faz história em sustentação oral e recebe aplauso unânime no TJ/PB 👏
Em uma sessão daquelas que aquecem o coração jurídico 💙, o advogado Adaian Lima de Souza fez história ao realizar sustentação oral na Câmara Criminal do TJ da Paraíba — sendo, segundo o presidente da câmara, o primeiro com diagnóstico de TEA (Transtorno do Espectro Autista) a ocupar esse espaço de forma tão firme e brilhante.
Defendendo um habeas corpus com base na falta de fundamentação da prisão preventiva, Adaian abriu sua fala com emoção e pediu mais sensibilidade e prioridade nos julgamentos que envolvam advogados com deficiência. O gesto tocou magistrados, que aprovaram um voto de aplauso e ainda enviarão ofício parabenizando a atuação. ✨
E para deixar tudo ainda mais simbólico: Adaian renunciou a acompanhar a terapia do filho (que também é autista) naquele dia para defender seu constituinte. Resultado? Ganhou a causa moral da sessão e deixou o tribunal com o júri popular (leia-se: todos nós) aplaudindo de pé. 🤩
Vale a pena dar uma olhada 👇
🔍 Os direitos dos advogados com deficiência no judiciário brasileiro
Advogados com deficiência têm direito a prioridade e adaptações no exercício da advocacia perante o Judiciário brasileiro — embora nem sempre isso seja observado na prática.
Essa prioridade está amparada principalmente por dois marcos normativos:
✅ 1. Estatuto da Pessoa com Deficiência: o art. 9º determina que pessoas com deficiência têm direito a atendimento prioritário em órgãos públicos, inclusive no Judiciário. Isso se aplica tanto a partes quanto a seus representantes — como advogados(as).
✅ 2. Estatuto da OAB: a OAB já se posicionou favoravelmente ao respeito à dignidade e à inclusão de advogados com deficiência. Alguns tribunais regionais e seccionais têm normas internas ou resoluções reconhecendo a prioridade.
⚖️ Como funciona na prática? O advogado deve informar previamente a sua condição e justificar o pedido de prioridade ou adaptação. Pode solicitar, por exemplo: ordem preferencial de julgamento em sustentações orais; acessibilidade física e digital nas unidades do Judiciário; apoio para locomoção ou comunicação.
direito penal
Júri, teatros e bastidores: OAB/RS reage a fala de juíza em Plenário 🎭
Durante uma sessão do Tribunal do Júri em Montenegro (RS), o que era para ser um julgamento virou quase um espetáculo com direito a críticas ao estilo drama no Plenário.
A juíza Débora Vissoni reagiu à sustentação oral da defesa dizendo que a atuação do advogado era “teatral” e “de má-fé”, além de insinuar que esse tipo de prática seria só “ganha-pão da advocacia particular” (essa doeu, e não foi pouco).
A fala pegou mal — e não incomodou só o advogado. A OAB/RS, com olhos atentos nos bastidores, entrou em cena e encaminhou ofício à Corregedoria do TJ/RS pedindo providências. Para o presidente Leonardo Lamachia, a declaração da magistrada violou a dignidade da advocacia e desrespeitou o sagrado direito à ampla defesa ⚖️.
O caso em julgamento era sério: réu condenado por feminicídio com pena de mais de 26 anos. Mas a repercussão da sessão foi além do mérito penal e levantou debate sobre o respeito no trato entre juízes e advogados no Plenário do Júri. Afinal, cada qual tem seu papel — e o palco da Justiça exige, no mínimo, civilidade 🎬.
Veja você mesmo e tire suas conclusões 👇
📰 13 não é só superstição: é também marco de grandes histórias no Direito
Dizem que o número 13 dá azar... mas na história, ele já deu o que falar! 😮 Foi numa sexta-feira 13 que os templários foram presos em massa em 1307 — e a partir dali, surgiu toda a mística ao redor da data.
⚠️ No Brasil, o número também carrega peso histórico: em 13 de maio de 1888, foi assinada a Lei Áurea, abolindo oficialmente a escravidão. Já 13 de dezembro marca o sombrio AI-5, símbolo da repressão no regime militar.
Em resumo: o 13 pode até assustar, mas nunca passa despercebido. E hoje, ele volta a fazer história — no melhor dos sentidos 👀. Ontem, chegamos à 13.ª edição da Criminal Letter, nossa newsletter sobre Direito Penal.
🚨 Nessa edição, tocamos em temas delicados, porém, necessários: do STF recolhendo celulares de advogados ao caso de violência doméstica envolvendo o advogado João Neto. 🚨
Para ter acesso, basta ser assinante. A assinatura custa menos de R$2,50 por semana – mais barato que um café! Você ainda pode aproveitar 7 dias grátis para testar. Clica no link abaixo e corre para o abraço!
direito do trabalho
Intervalo de digitação reconhecido a caixa bancário da CEF 💻

Imagem: Freep!k
Na 7ª Turma do TRT-2, o direito de dar aquele respiro de 10 minutos a cada 50 foi reconhecido a um caixa bancário, com base em normas internas e acordos coletivos da Caixa Econômica Federal.
A primeira instância tinha negado tudo, alegando falta de “exclusividade” na digitação. Mas no recurso, o trabalhador lembrou que a regra vinha de instrumentos normativos, e não da CLT. A relatora entendeu direitinho: se está no regulamento e no acordo, vale sim — e a Caixa vai desembolsar R$ 50 mil pelos intervalos suprimidos. 💵
Ah, só não vale contar home office nessa conta. Como não havia controle de jornada no teletrabalho, o ônus da prova caiu no colo do bancário — e, nesse ponto, a pausa virou só um sonho remoto. 😅
📌 Teletrabalho: vamos falar sobre o assunto?
O teletrabalho (ou trabalho remoto) é aquele realizado fora das dependências do empregador, normalmente com o uso de tecnologias da informação. Está previsto no art. 75-A da CLT, que foi introduzido pela Reforma Trabalhista (Lei nº 13.467/2017).
🕰️ Controle de jornada no teletrabalho:
De acordo com o art. 62, III, da CLT, empregados em regime de teletrabalho não estão sujeitos ao controle de jornada, exceto se houver um sistema claro de marcação (como login/logout, softwares de monitoramento, etc).
Se não há controle, o empregador não é obrigado a pagar horas extras ou intervalos suprimidos, salvo prova em contrário apresentada pelo empregado. No caso citado do TRT-2, como a empresa não fiscalizava o horário do trabalhador durante o home office, o tribunal entendeu que não era possível exigir o pagamento pelos intervalos não usufruídos nesse período.
💡 Dicas para advogados:
1. Se o trabalhador em home office tem controle de jornada (mesmo indireto), é possível pleitear pagamento por horas extras ou intervalos não concedidos;
2. Normas coletivas podem prever regras específicas sobre pausas e direitos no teletrabalho — e elas devem ser respeitadas;
3. A prova documental e testemunhal pode ser essencial para demonstrar a ausência de pausas ou excesso de jornada mesmo no trabalho remoto.
QUIZ DA LETTER
Não adianta você ler tudo aqui e não lembrar depois, não é? Por isso, estamos te desafiando a fazer nosso quiz diário, com perguntas sobre as notícias que acabou de ler - ele dura apenas 2 minutos. 📝
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Express da quinta 👇🏻
#1 📉 Financiamento de litígio vira dor de cabeça
Em decisão inédita, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais entendeu que uma construtora, ao ceder parte de seus créditos litigiosos a um fundo de investimento para financiar arbitragens contra a Petrobras, cometeu fraude à execução. A Corte declarou ineficaz a cessão, pois a empresa já enfrentava execução de dívida, e a operação poderia prejudicar credores.
#2 📌 Chefes difíceis: quando a liderança vira pesadelo
Apesar dos avanços na cultura corporativa, muitos líderes ainda adotam estilos de gestão autoritários e agressivos, criando ambientes de trabalho tóxicos e desmotivadores. Essa abordagem, além de prejudicar o bem-estar dos funcionários, compromete a produtividade e a eficiência das equipes.
#3 🔐 Cripto em apuros: BC quer saber onde fica o cofre!
Corretoras internacionais estão suando frio com a regra do Banco Central que só permite custódia de cripto no exterior se houver acordo bilateral e regulação compatível – ou seja, nem todo país entra no clubinho! Agora, elas correm contra o tempo pra não precisar mudar o “cofre digital” de endereço com escolta armada.

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💪🐀 Código do dia: no feriado vale o dobro
Te vejo na próxima, hein?
Chegamos à sua caixa de entrada de segunda a sexta, às 6h. Sempre com o objetivo de trazer leveza para os assuntos complexos que permeiam o universo jurídico.
A verdade é que, quanto mais você abre a Lawletter, mais atualizado você fica - este, sem dúvida, é um baita diferencial!