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💣 Novo crime no CP
Juíza sofre censura, prisão é revogada, advogado condenado alega insanidade mental e muito mais...
20/02/2025
quinta-feira
bom dia, leitores. o que acontece ao seu redor não precisa definir suas reações e - principalmente - suas escolhas. isso não é “ser frio”. é ter estabilidade emocional, atributo essencial de bons profissionais do direito! fica a dica 😉

Importante! Já conferiu as notícias da semana passada? Nosso podcast facilita sua vida com um resumo do que rolou no mundo jurídico! Clique no link abaixo para ouvir 🎧💙
direito constitucional
⚖️ Quando a toga pesa mais que a lei: CNJ aplica censura a juíza por retardar aborto legal

Imagem: Reprodução/YouTube - Programa SC no ar
O CNJ decidiu aplicar pena de censura à juíza Joana Ribeiro Zimmer por postergar indevidamente a interrupção da gestação de uma criança de 10 anos, vítima de estupro.
Apesar da autorização judicial para o procedimento, a magistrada decidiu levar a decisão a termo - literalmente - ao ponto de a gestação alcançar a 32ª semana. O relator do caso, conselheiro Luiz Fernando Bandeira de Mello, destacou que a juíza permitiu que suas convicções pessoais invadissem o processo, questionando até se o bebê teria nome e se o "pai" (leia-se: estuprador) concordaria com a adoção. 🤦♂️
A decisão também ressaltou a inaceitável exposição da menor, que foi mantida longe da família e viu seu direito ser transformado em palco de debate ideológico. Bandeira de Mello enfatizou que juízes podem ter valores pessoais, mas não podem impô-los ao jurisdicionado, principalmente quando se trata de uma criança vulnerável.
A sanção do CNJ serve de aviso para que a magistratura mantenha o foco na lei, e não em dogmas pessoais. Afinal, em um tribunal, quem deve falar mais alto é o direito - não a consciência do julgador.
🖊️ Revisão da letter:
No Brasil, o aborto é permitido em três hipóteses, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a literalidade do Código Penal:
1️⃣ Gravidez resultante de estupro: previsto no artigo 128, inciso II, do Código Penal. A interrupção pode ser feita mediante consentimento da gestante (ou de seu representante legal, se for menor de idade), sem necessidade de autorização judicial.
2️⃣ Risco à vida da gestante: previsto no artigo 128, inciso I, do Código Penal. O aborto pode ser realizado quando a continuidade da gestação representar risco grave à vida da mulher, cabendo ao médico atestar essa condição.
3️⃣ Anencefalia do feto: essa hipótese foi reconhecida pelo STF no julgamento da ADPF 54, em 2012. A interrupção da gestação é permitida quando o feto for diagnosticado com anencefalia, uma condição incompatível com a vida extrauterina.
Fora dessas situações, o aborto é considerado crime no Brasil, podendo haver discussões jurídicas sobre outras hipóteses, como malformações fetais graves, mas sem previsão legal expressa.
direito penal
❤️ Golpe do "amor bandido" pode virar crime específico no Código Penal

Imagem: Direito News
O Projeto de Lei 69/25 quer dar um basta no famoso "golpe do amor" e tipificar o estelionato sentimental como crime autônomo no Código Penal. A ideia é punir aqueles que fingem estar apaixonados 💘 só para arrancar dinheiro ou bens da vítima.
A pena pode chegar a oito anos de reclusão e multa, com aumento de 1/3 se o golpista usar perfis falsos em redes sociais ou aplicativos de namoro 🎭. Se a vítima for idosa, a reclusão sobe para até dez anos.
A deputada Socorro Neri (PP-AC) não mediu palavras: chamou o crime de “praga” e defendeu penas mais duras para proteger vítimas emocionalmente vulneráveis. Além de reforçar o Código Penal, o projeto altera a Lei Maria da Penha 📜 e o Estatuto da Pessoa Idosa, incluindo essa prática como violência doméstica e financeira.
Agora, a proposta será analisada em comissões da Câmara, antes de chegar ao Plenário. Se passar, adeus "amor de mentirinha", olá cadeia para os falsos românticos! 🚔
📚 Fique por dentro:
Para que o Projeto de Lei 69/25 realmente vire lei e passe a valer no Brasil, ele precisa seguir algumas etapas no processo legislativo:
📜 1. Tramitação na Câmara dos Deputados: o projeto está atualmente em análise na Câmara dos Deputados e será examinado por três comissões:
✔ Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher;
✔ Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa;
✔ Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
🏛 2. Análise no Senado se aprovado pela Câmara: o projeto segue para o Senado Federal, onde passará por novas comissões e poderá sofrer ajustes. Se os senadores modificarem o texto, ele volta para a Câmara para nova análise. Se não houver alterações, segue para a sanção presidencial.
✍ 3. Sanção ou veto presidencial: depois de aprovado pelo Congresso Nacional (Câmara + Senado), o projeto vai para o Presidente da República, que pode:
🔹 Sancionar (transformar em lei);
❌ Vetar (parcial ou totalmente).
📅 4. Entrada em vigor: se sancionada, a lei entra em vigor na data prevista no texto. Caso não mencione uma data específica, começa a valer após 45 dias da publicação no Diário Oficial da União.
direito processual penal
🔄 Julgamento antes do prazo? Desembargador revoga prisão de irmãos condenados

Imagem: TJSP
O desembargador Aguinaldo de Freitas Filho, do TJ/SP, deu um verdadeiro "plot twist" jurídico e mandou revogar a prisão preventiva de dois irmãos condenados por tentativa de homicídio.
O motivo? A aplicação do Tema 1.068 do STF antes mesmo de ele existir! 😳 O crime ocorreu em 2010, mas a condenação saiu em fevereiro de 2024, um mês antes do novo entendimento do Supremo sobre a execução imediata da pena nos casos de Tribunal do Júri. A defesa argumentou que a regra não poderia ser aplicada retroativamente, e o desembargador concordou.
A história ganhou um capítulo inusitado quando a promotoria pediu a prisão dos réus sem a defesa sequer saber. O juiz acolheu o pedido e, de surpresa, um dos irmãos acabou preso.
Mas, com a decisão do desembargador, ambos conseguiram o alvará de soltura, e a corrida pela liberdade terminou com sucesso. 🏃💨 Enquanto isso, no recurso de apelação, a defesa questiona a validade do julgamento, alegando que os depoimentos estavam inaudíveis e que os réus apenas agiram em legítima defesa.
O caso ainda promete render boas discussões jurídicas, principalmente sobre a soberania do júri e a retroatividade das normas penais. No fim das contas, a batalha nos tribunais segue firme – e os irmãos, por enquanto, seguem soltos. ⚔️
🤔 Mas o que é a soberania do júri?
A soberania do Tribunal do Júri é um princípio constitucional previsto no artigo 5º, inciso XXXVIII, da Constituição Federal, garantindo que as decisões dos jurados são definitivas e não podem ser alteradas por juízes ou tribunais.
Isso significa que, uma vez proferido o veredicto pelo Conselho de Sentença, ele deve ser respeitado, assegurando que o julgamento popular tenha a devida autoridade no sistema de justiça criminal brasileiro.
No entanto, essa soberania não é absoluta. A decisão do júri pode ser anulada em casos excepcionais, como quando houver erro manifesto na apreciação das provas ou violação de direitos fundamentais do réu.
Além disso, o Supremo Tribunal Federal, ao julgar o Tema 1.068, entendeu que a soberania do júri permite a execução imediata da pena, independentemente do total da condenação, o que gerou intensos debates sobre a aplicação desse entendimento sem ferir o direito ao duplo grau de jurisdição.
A questão central dessa discussão é equilibrar a autoridade do julgamento popular com a necessidade de garantir a ampla defesa e o devido processo legal aos acusados.
direito processual civil
💰 Advogados x custas: Justiça reconhece que cobrar o que já é seu não deve custar caro

Boa notícia para a advocacia: a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que livra os advogados da obrigação de antecipar as custas processuais em ações para cobrar seus honorários.
Afinal, já basta ter que lutar na Justiça para receber o que é devido, sem precisar pagar para isso, né? O texto já passou pelo Senado e agora só falta a sanção presidencial. 🤞
➕ Acrescentando à notícia:
A proposta original previa uma isenção total, mas o Senado resolveu ajustar para uma "isenção parcial". Ou seja, os advogados não precisarão adiantar as custas, mas, ao final do processo, quem deu causa à cobrança (o famoso devedor de honorários) terá que pagar a conta.
Para os parlamentares, essa medida não é um privilégio, mas sim uma correção de rota necessária. Como disse o deputado Pompeo de Mattos: “o advogado já sua a beca para ganhar a causa e, no final, ainda tem que pagar para receber? Assim não dá!”. 🎭
Agora, o projeto aguarda a assinatura do presidente. Se aprovado, finalmente os advogados terão um alívio na hora de buscar o que já lhes pertence. Quem sabe assim os clientes devedores fiquem mais espertos e paguem logo o que devem, não é mesmo? 😆
Quem viu essa notícia?
🤯 Advogado é condenado por apropriação indébita e tenta alegar insanidade mental

Imagem: Direito News
A situação de um advogado de 40 anos, condenado por embolsar indenizações de clientes em Dourados/MS, parece digna de roteiro de série jurídica. Após ser sentenciado a 1 ano e 4 meses de reclusão – convertidos em pagamento de um salário mínimo e serviços comunitários – ele resolveu alegar insanidade mental para escapar da punição.
Segundo sua defesa, ele sofre de transtorno bipolar e ansiedade desde 2019, o que justificaria o não repasse dos valores. O problema? Ele seguiu advogando normalmente nesse período! 🤨
Em uma das ações, um cliente descobriu que seu processo já tinha sido finalizado e que os valores foram pagos ao advogado dois anos antes – isso quando foi pessoalmente à Justiça do Trabalho, após ser ignorado solenemente pelo “nobre colega”.
O enredo se repete em outras ações, somando prejuízos de mais de R$ 50 mil para as vítimas. Enquanto o advogado tenta a cartada da insanidade, o Ministério Público segue firme na acusação, apontando que a apropriação indevida de honorários não tem desculpa, muito menos atenuante psiquiátrica. 🔎
Se o pedido de insanidade será aceito ou não, descobriremos em breve. Mas, por enquanto, a única certeza é que os clientes seguem sem ver a cor do dinheiro…
⚖️ Análise da notícia:
As chances de o advogado conseguir o reconhecimento da insanidade mental e se livrar da pena são bem baixas, e aqui está o porquê:
🧐 Ele continuou advogando normalmente: o próprio laudo psiquiátrico anexado à defesa aponta que ele não teria condições de trabalhar, mas, curiosamente, ele seguiu representando clientes e firmando acordos.
🩺 Transtorno bipolar e ansiedade não são, por si só, causas de inimputabilidade: para que um transtorno mental isente alguém de pena, é preciso demonstrar que, no momento dos crimes, ele estava completamente incapaz de entender o caráter ilícito dos atos. Apenas alegar que tem um diagnóstico não basta.
🚩 O comportamento pós-crime não ajuda: o fato de ele ter mentido para os clientes, sumido com o dinheiro e depois tentado justificar a apropriação com ajuda financeira aos clientes (no terceiro caso) mostra que ele tinha plena consciência do que estava fazendo.
🔄 O histórico de apropriação indébita: o advogado responde a três processos pelo mesmo crime. A reiteração criminosa joga contra ele e torna a tese de insanidade ainda mais frágil.
O mais provável é que ele continue condenado, podendo, no máximo, conseguir alguma atenuante na pena. Mas, como o Direito é uma caixinha de surpresas, o mais seguro é acompanharmos o caso para sabermos o real desfecho dessa história maluca.
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Express da quinta 👇🏻
#1 📰 Denúncia da PGR contra Bolsonaro: 5 pontos principais
A PGR acusou Bolsonaro de tentar um golpe após perder as eleições de 2022. Segundo a denúncia, houve um plano para envenenar Lula e assassinar o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Bolsonaro também é acusado de liderar uma organização criminosa armada para desestabilizar a democracia. Se condenado, pode pegar até 20 anos de prisão. Ele nega todas as acusações, alegando falta de provas.
#2 🐂 Município deve indenizar moradores por circulação de gado em área urbana
O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou que um município indenize moradores afetados pela circulação de gado em área urbana, que causou danos à saúde e segurança. A decisão sublinha a responsabilidade do município em garantir a convivência adequada nas áreas residenciais.
#3 ⚖️ TRF-5 determina que PGFN feche acordo de transação tributária sem quarentena
O Tribunal Regional Federal da 5ª Região derrubou a quarentena de 60 dias exigida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para negociação de transações tributárias. A decisão obriga a PGFN a avançar nas tratativas com contribuintes que busquem regularizar suas pendências fiscais.

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