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🗡️ Cabo de vassoura é arma branca?

Lei Maria da Penha para agressorA; fiador não pode "abandonar o barco"; a Receita vai tirar meu Pix? e mais...

07/03/2025

sexta-feira

bom dia em ritmo de fim de semana pós carnaval. lembre-se: faça sempre o seu melhor, mesmo que o seu melhor para hoje seja apenas tirar uma soneca 😅 coragem, lawletters! falta pouco para o “sextou”. vamos às notícias do dia?

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NA PAUTA DE HOJE…

  • 🧹 STJ considera cabo de vassoura como arma branca: entenda

  • 💸 STJ decide que fiador não pode “abandonar o barco”

  • 👩‍🦳 Lei Maria da Penha: e se for uma agressorA?

  • 💻 Erro em classificação no PJe não pode “bloquear” recurso

  • 🔒 A Receita vai tirar meu Pix?

direito penal

🧹 Cabo de vassoura é arma branca? STJ endurece contra "faxina criminosa"

A 5ª Turma do STJ decidiu que um cabo de vassoura pode ser arma branca, se usado para ameaçar ou agredir. No caso, o réu usou o objeto para pressionar o pescoço das vítimas durante um roubo, o que garantiu o aumento da pena com base no art. 157, §2º, VII, do Código Penal. ⚖️

A Defensoria Pública tentou argumentar que o utensílio doméstico não tinha potencial lesivo, mas a Corte entendeu que a ameaça real e o uso concreto do objeto bastaram para configurar a arma branca imprópria — mesmo sem laudo técnico. 🔍

A decisão deixa claro que, na hora de avaliar a gravidade da conduta, o que conta não é o objeto em si, mas como ele foi usado.

🔍 Você sabia?

A Súmula 174 do STJ foi cancelada pela Terceira Seção, firmando que o uso de arma de brinquedo em crimes de roubo não justifica o aumento da pena pela causa de aumento do art. 157, §2º-A, I, do Código Penal (antigo art. 157, §2º, I, do CP), que trata do emprego de arma de fogo.

Isso porque o entendimento do STJ é que a arma de brinquedo não tem potencial lesivo — ou seja, não pode causar dano físico, mesmo que tenha sido usada para intimidar.

A discussão jurídica gira em torno da diferença entre potencial ofensivo real e a intimidação psicológica causada pela arma falsa. O tribunal entende que, para que a causa de aumento seja aplicada, a arma precisa ter capacidade de causar dano físico — o que não ocorre com armas de brinquedo.

Por outro lado, o uso do objeto ainda pode ser considerado na dosimetria da pena para aumentar a pena-base, dentro da análise das circunstâncias do crime, como forma de aumentar a gravidade da ameaça praticada.

Essa interpretação protege o equilíbrio entre a gravidade do crime e a proporcionalidade da pena, já que a legislação busca punir de forma mais severa o roubo praticado com violência real e não apenas com ameaça psicológica.

 direito civil

Fiador é para sempre? STJ diz que sim (pelo menos até o fim do contrato) 🔑

Imagem: Freep!k

Algumas relações escapam do “felizes para sempre”, especialmente quando se trata de fiança em contratos de aluguel por prazo determinado. O ministro Marco Buzzi, do STJ, decidiu que o fiador não pode pular fora do barco 🚣‍♀️, mesmo que a empresa locatária troque seus sócios durante o contrato.

A treta começou porque uma empresa queria que o fiador fosse exonerado, alegando que o quadro societário tinha mudado. Mas o STJ bateu o martelo 🧑‍⚖️: mudança de sócio não altera a obrigação assumida na fiança. Se o contrato tem prazo determinado, o fiador continua segurando as pontas até o final.

A decisão reforça que o fiador não pode “sair de fininho” com a alteração do quadro societário. Afinal, a garantia dada ao locador serve justamente para assegurar que o pagamento será feito, independentemente de quem esteja no comando da empresa locatária.

🖊️ Revisão da letter:

Existem diferentes tipos de fiador, cada um com características próprias, dependendo da natureza da obrigação garantida. No Direito Civil, especialmente em contratos de locação, os principais tipos são:

🔑 1. Fiador simples (ou comum): É o fiador clássico, que garante o pagamento caso o devedor principal não cumpra a obrigação. O fiador só pode ser cobrado depois de esgotadas todas as tentativas contra o devedor (o famoso benefício de ordem, previsto no art. 827 do Código Civil).

⚠️ 2. Fiador solidário: Aqui a brincadeira fica mais séria! O fiador responde junto com o devedor, sem necessidade de o credor tentar cobrar primeiro o devedor principal. Se o locatário atrasar o pagamento, o fiador pode ser cobrado direto, sem choro nem vela.

🏡 3. Fiador em contrato de locação: É o mais comum na prática, especialmente em alugueis residenciais e comerciais. Pode ser tanto simples quanto solidário, dependendo do que está previsto no contrato.

🛡️ 4. Fiador judicial: Presta garantia em processos judiciais, como em ações de execução ou para suspensão de penhora. Ele assegura que a parte irá cumprir obrigações determinadas pelo juiz.

📄 5. Fiador em contratos empresariais: Garante obrigações de empresas em contratos comerciais, como financiamentos, fornecimento de produtos ou até locações de imóveis comerciais.

direito penal

🔥 Lei Maria da Penha não tem gênero: TJ/MG aplica proteção entre mulheres

Imagem: Intimus

A 9ª Câmara Criminal do TJ/MG confirmou que a proteção da norma vale para qualquer mulher vítima de violência doméstica — mesmo que a agressora também seja mulher. A decisão veio após uma ex-companheira, acompanhada do filho, invadir a casa da vítima para distribuir puxões de cabelo e tapas.

A defesa tentou argumentar que a lei não se aplicava, mas o tribunal não caiu nessa. O entendimento é claro: o que importa é a vulnerabilidade da vítima no contexto doméstico ou familiar, independentemente do gênero de quem agride. A única coisa que não cabe aqui é machismo no ordenamento jurídico. ⚖️

A mãe e o filho até tentaram amenizar o ocorrido — com direito à alegação de surto e tentativa de apartar a briga —, mas saíram condenados. O caso reforça que a violência doméstica não escolhe gênero, mas o Direito sabe muito bem proteger a vítima. 🚨

 O contexto histórico:

A Lei Maria da Penha nasceu como um marco no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher no Brasil. Ela foi criada após a luta de Maria da Penha Maia Fernandes, vítima de duas tentativas de homicídio praticadas pelo próprio marido, que a deixou paraplégica após um tiro enquanto ela dormia. 

Apesar da gravidade do caso, o agressor só foi condenado depois de quase 20 anos, graças à atuação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que condenou o Brasil por omissão, negligência e tolerância à violência contra a mulher.

direito processual do trabalho

Erro no PJe não pode travar recurso, decide TST 💻

Imagem: Freepik

A 6ª Turma do TST deu uma aula de bom senso processual! 🧐 O Tribunal decidiu que não se pode rejeitar recurso apenas porque a petição foi classificada errado no PJe — afinal, o que vale é o conteúdo, não o nome da etiqueta.

O TRT-2 tinha barrado o recurso ordinário da parte recorrente só porque a peça foi protocolada com a nomenclatura errada no sistema, criando um verdadeiro "obstáculo sem respaldo legal" (palavras do próprio TST).

O relator, ministro Augusto César, puxou a orelha do tribunal regional 👂, lembrando que a Resolução CSJT 185/17 prevê a chance de corrigir esse tipo de falha, e não o bloqueio automático. Além disso, apontou que negar o recurso por esse motivo viola a Constituição, que garante o contraditório e a ampla defesa (art. 5º, LV).

Com isso, o TST mandou o processo voltar para o TRT-2, que deve analisar o mérito do recurso. O recado foi claro: o sistema eletrônico é para facilitar a vida dos advogados — não para transformar um simples clique errado em motivo para cercear a defesa. 😉

direito tributário

🔒 Pix bloqueado! BC vai “descadastrar” chaves irregulares na Receita

Imagem: Agência Gov

O Banco Central anunciou que, a partir de agora, as chaves PIX de pessoas e empresas que tiverem pendências com a Receita Federal serão excluídas. 😱 Em resumo: se você não está com a situação regularizada, pode esquecer a facilidade do pagamento via Pix!

A medida atinge tanto pessoas físicas quanto jurídicas, principalmente aquelas com CPFs e CNPJs "esquecidos" pela Receita. Quem não se regularizar, ou atualizar os dados fiscais, vai ter um grande problema na hora de fazer transferências e pagamentos. E como sabemos, o "esquecimento" com a Receita não é uma boa desculpa no tribunal, né? ⚖️

Essa ação vem para tentar forçar a organização dos contribuintes e reduzir as fraudes. Portanto, fica a dica para seus clientes: regularizar a situação com a Receita é essencial para conseguir destrancar as chaves e não trancar as portas. 💰🔒

🔍 Por que isso importa???

Ao excluir as chaves Pix de contribuintes com pendências fiscais, o Banco Central pode reforçar um princípio básico do direito tributário: a "exigibilidade do crédito tributário".

Isso significa que o Estado tem o direito de cobrar tributos de forma eficaz, e a exclusão das chaves Pix pode ser vista como uma forma de garantir que as obrigações fiscais sejam cumpridas, pressionando os contribuintes a regularizarem sua situação. 

Para advogados, isso abre um campo de atuação em defesa de empresas e pessoas físicas em eventuais disputas sobre a regularização tributária. ⚖️

🧠 QUIZ DA LETTER

Não adianta você ler tudo aqui e não lembrar depois, não é? Por isso, estamos te desafiando a fazer nosso quiz diário, com perguntas sobre as notícias que acabou de ler - ele dura apenas 2 minutos. 📝

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Express da sexta 👇🏻

#1 🏍️ TJ/MG diz NÃO a pedido de banco para penhorar moto

O TJ/MG negou o pedido de um banco para penhorar a moto de um devedor. A decisão relembra que o bem de uso pessoal não pode ser alvo de execução, mesmo quando o saldo bancário está zerado! Para quem apostava na moto como garantia, a lição é clara: "não é assim que funciona!"

#2 💊 Bula digital liberada! Anvisa ganha no TRF-2

O TRF-2 manteve a norma da Anvisa que permite bula digital em medicamentos. A decisão rejeitou a Ação Civil Pública da DPU, que contestava a medida. O tribunal destacou que, sem um caso concreto, o Judiciário não pode interferir em normas gerais. Ou seja, bula impressa? Só se for para os velhos tempos!

#3 🛩️ Gol paga caro por confusão no voo e exposição de passageiras 

 A Gol vai pagar R$ 20 mil para mãe e filha agredidas e expostas pela mídia após tumulto em voo. A empresa falhou ao não garantir a segurança dos passageiros e ainda permitiu que seu funcionário culpasse publicamente as vítimas. Resultado: o gol foi na trave e desviou feio.

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Te vejo na próxima, hein?

Chegamos à sua caixa de entrada de segunda a sexta, às 6h. Sempre com o objetivo de trazer leveza para os assuntos complexos que permeiam o universo jurídico.

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