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😱 Advogado representa a si e a própria mãe
vendedora demitida por capotar o carro, advogado busca regalias na prisão e muito mais...
21/01/2025
terça-feira
bom dia, letters. pegue seu café, sua disposição e vem descobrir as últimas notícias do universo jurídico com a gente!
Mas antes: já ouviu as notícias da semana passada? Ainda não? Então ouça agora no nosso podcast um resumão do que rolou! Clique no link abaixo 🎧💙
direito do trabalho
🚗 Vendedora é demitida após capotar carro da empresa

Imagem: Freepik
O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região anulou a demissão por justa causa de uma vendedora que capotou o carro da empresa durante o expediente. A empregada alegou que o acidente ocorreu ao desviar de um caminhão que invadiu sua pista, e o tribunal considerou a versão plausível, destacando falhas na investigação interna da empresa. 🚦
De acordo com o relator do caso, desembargador Marcelo Gonçalves de Oliveira, o aumento momentâneo da velocidade para evitar uma colisão foi uma reação legítima a uma situação de risco. “A aplicação da justa causa exige provas robustas e uma análise criteriosa das circunstâncias, o que não ocorreu neste caso.” ⚖️
A empresa havia justificado a demissão com base na suposta imprudência da vendedora, apontando que ela dirigia acima do limite permitido. Contudo, o tribunal destacou a falta de punições anteriores, a ausência de uma investigação detalhada e o desconhecimento do preposto sobre detalhes do acidente como fatores que fragilizaram a tese patronal.
🧠 Você sabia?
Em casos de demissão por justa causa envolvendo condutas que dependem de contexto (como acidentes de trânsito, atrasos ou discussões no ambiente de trabalho), os tribunais frequentemente aplicam uma análise inspirada no princípio do in dubio pro operario, mas com uma abordagem técnica que remete ao ônus da prova em crimes culposos no Direito Penal.
Em alguns casos, tribunais brasileiros têm aplicado de forma análoga o conceito de "causa excludente de culpabilidade" do Direito Penal (como estado de necessidade ou legítima defesa) em julgamentos trabalhistas.
No caso citado, o ato da vendedora de acelerar o carro para evitar um acidente pode ser entendido como uma "legítima defesa de integridade física", isentando-a de culpa por consequência indireta (o capotamento).
Isso mostra que o Direito do Trabalho está muito mais próximo do Direito Penal do que parece, especialmente quando falamos de justa causa e análise de condutas. Já parou para pensar nisso?
direito do consumidor
💸 Proibição para os comerciantes. Será que vai dar briga??

Imagem: Rafael Henrique em Adobe Stock
Com a chegada da Medida Provisória nº 1.288/2025, os comerciantes não podem mais cobrar valores extras de quem paga via Pix. A ideia é tratar o Pix como pagamento em espécie e garantir que consumidores não saiam no prejuízo por escolher um meio de pagamento mais prático e acessível. 💰
A MP exige mudanças importantes, como unificação de preços e ajustes em contratos. Além disso, os comerciantes precisam treinar suas equipes para evitar qualquer prática que possa ser interpretada como abusiva. Multas e ações judiciais não estão descartadas para os desavisados. 👩⚖️
A medida já está valendo, mas o Congresso ainda tem até 120 dias para aprová-la de vez. 🕒 Até lá, ajustes podem ocorrer, mas é melhor não arriscar multas enquanto as regras estão de pé.
👀 De olho na demanda:
Tratar o Pix como pagamento em espécie pode trazer implicações tributárias e operacionais significativas. Na contabilidade, isso pode exigir ajustes na classificação das transações, separando-as de outros meios digitais, como cartões de crédito e débito.
Além disso, a liquidez imediata proporcionada pelo Pix impacta o controle de fluxo de caixa das empresas, demandando revisões nas políticas financeiras para acompanhar a rapidez das transações.
A maior rastreabilidade das operações pelo Pix também aumenta a exposição das empresas à fiscalização da Receita Federal, especialmente em setores mais suscetíveis à informalidade.
Advogados especializados podem atuar estrategicamente, oferecendo consultoria para evitar autuações, revisar contratos e implementar práticas que assegurem conformidade tributária, enquanto ajudam os clientes a aproveitar os benefícios do Pix de forma segura e eficiente.
direito processual civil
👩⚖️ Quando o Código de Processo Civil encontra o código de família!

Imagem: Freep!k
Em uma decisão no mínimo curiosa, o juiz Josué Cecato, da Vara do Trabalho de Cruzeiro (SP), determinou que um advogado, que estava lidando com um processo trabalhista herdado de seu pai, fosse também o representante de si mesmo e de sua própria mãe no processo. Isso mesmo, ele teve que representar até a mãe – e sem nenhum desconto de familiaridade! 👨⚖️
"Após três tentativas de intimação frustradas", o juiz resolveu a situação de maneira criativa, nomeando o advogado como o "coringa" da vez para ser o advogado de si e da mãe, com base no artigo 5º do Código de Processo Civil, que pede boa-fé nas participações processuais.
Ele foi cadastrado "em causa própria" e "provisoriamente" como advogado da genitora, devido à natureza do processo – envolvendo vínculo empregatício doméstico.
🚨 PLOT TWIST:
O advogado em questão é procurador do município de Lorena (SP) e a lei local é clara: ele não pode atuar em causas que envolvam terceiros – no caso, sua própria mãe – ou corre o risco de perder seu cargo público. Parece que as leis de família e as de trabalho não estão em sintonia nesse caso, né?
E como se não bastasse, o juiz desconsiderou o artigo 105 do CPC, que exige uma procuração assinada pela parte interessada para que o advogado possa representá-la oficialmente. Ou seja, o magistrado jogou com as regras, mas esqueceu de seguir as linhas finas da legislação. 🧐
direito penal
🍿 STJ diz "nada de frigobar e TV" para advogado condenado por crime

Imagem: Nelson Jr./SCO/STF
O presidente do STJ, ministro Herman Benjamin, negou o pedido de habeas corpus de um advogado condenado a 20 anos e 6 meses de prisão pela morte de um homem em Manaus.
O causídico buscava um upgrade na prisão: transferência para uma sala de estado-maior, com frigobar, TV e livros para continuar exercendo a profissão. "Sala de estado-maior, mas sem regalias," respondeu o ministro, que indeferiu o pedido e manteve a detenção na estrutura que, apesar de ser chamada de “sala de estado-maior,” não contava com as condições almejadas. ❌
Diante de um processo mal montado, a defesa foi para o STJ pedindo não só a reclusão em um local da OAB/AM, mas também a prisão domiciliar como alternativa. "Julgamento sem a devida análise prévia não entra no STJ", explicou o ministro, ressaltando que o pedido estava sem o devido esgotamento da instância inferior. 👩⚖️
A sentença do TJ/AM, que extinguiu o pedido sem análise de mérito, também não agradou à defesa, que buscava o direito à sala especial por se tratar de advogado. "Não é qualquer advogado que tem direito a regalias na prisão", reforçou o ministro, que validou a decisão. 📜
💭 Cantinho do pensamento…
O caso traz à tona uma questão delicada: até onde os advogados têm direito a condições diferenciadas de prisão? O Estatuto da Advocacia prevê a possibilidade de salas de estado-maior para advogados, mas essa prerrogativa se aplica somente em casos de cumprimento de pena, ou pode ser interpretada de forma mais ampla?
Este impasse pode gerar mais debates sobre os limites das garantias legais e a aplicação da justiça penal em casos envolvendo profissionais da área.
Então, a dica é clara para os advogados: ou fica informado ou fica longe das grades! 😂
direito do consumidor
🛤️ Metrô vai pagar R$ 30 mil para passageira cega que caiu nos trilhos

Imagem: Freep!k
A 12ª Câmara de Direito Privado do TJ/SP não teve piedade e mandou o Metrô pagar R$ 30 mil de indenização por danos morais a uma passageira cega que, após não ser devidamente assistida, acabou indo parar nos trilhos.
⚓ Mais a fundo na notícia:
"A falha na assistência foi quase tão grande quanto a falta de visão da empresa sobre a situação." Essa é uma daquelas histórias em que o descuido da empresa virou uma dor de cabeça judicial. 😬 A empresa falhou na segurança e assistência, deixando a passageira vulnerável, o que foi considerado um verdadeiro desastre legal.
Vale lembrar que o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015), no artigo 9º, inciso IV, prevê que a pessoa com deficiência tem direito a disponibilização de pontos de parada, estações e terminais acessíveis de transporte coletivo de passageiros e garantia de segurança no embarque e no desembarque.
Com a decisão, o tribunal deixou claro que, embora o caos de uma estação movimentada fosse previsível, a empresa deveria ter agido com muito mais precaução. "Não se pode esperar que o passageiro, além de se preocupar com o trajeto, também seja um expert em pedir ajuda"
O tribunal usou o caos da estação e a falta de qualquer sinal de segurança como um argumento forte para responsabilizar o Metrô. Agora, o "acidente previsível" se transformou em um baita prejuízo para a empresa (que poderia ser evitado com uma boa assessoria jurídica, ein). 🤑
🧠 QUIZ DA LETTER
Não adianta você ler tudo aqui e não lembrar depois, não é? Por isso, estamos te desafiando a fazer nosso quiz diário, com perguntas sobre as notícias que acabou de ler - ele dura apenas 2 minutos. 📝
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Express da terça 👇🏻
#1 📜 Tribunais estaduais negam uso de créditos de ICMS no estado de origem
Tribunais estaduais determinaram que varejistas não podem utilizar créditos de ICMS no estado de origem. A decisão impacta diretamente a compensação tributária, prejudicando o fluxo financeiro das empresas e gerando desafios no processo de conformidade fiscal.
#2 📊 O que temos a comemorar com a reforma tributária?
A reforma tributária trouxe avanços significativos, incluindo a unificação de impostos e a simplificação das regras. Entre os benefícios, destacam-se a maior transparência e a redução da burocracia, promovendo um ambiente de negócios mais eficiente. No entanto, desafios como a adaptação dos contribuintes e a transição fiscal ainda demandam atenção.
#3 🌍 Itamaraty alerta sobre possibilidade de deportação antes da posse de Trump
O Itamaraty emitiu alerta sobre a possibilidade de deportação em massa de brasileiros antes da posse de Donald Trump. A medida visa prevenir impactos negativos, destacando a necessidade de ações cautelosas para proteger os cidadãos brasileiros e minimizar efeitos de mudanças nas políticas migratórias dos EUA.

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