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💅 deputada vai pagar por isso?
pastor ultrapassa liberdade e incita golpe
26/06/2025
quinta-feira
bom dia. hoje, o dia internacional de combate às drogas e de apoio às vítimas de tortura. em tempos em que a dor alheia é muitas vezes invisível, lembrar dessas causas é um exercício de empatia e compromisso. que hoje a gente escolha fazer a diferença, mesmo que em gestos pequenos. a justiça começa no cuidado com o outro.

🚀 A GENTE TE ENTENDE DE VERDADE! No EP 04 do Manual Jurídico da Vida Real, especialistas esclarecem aquelas dúvidas que tiram o sono — e que todo mundo tem. Dá o play e descubra como transformar a confusão jurídica em decisões conscientes.🎧
NA PAUTA DE HOJE…
💄 maquiagem na cota parlamentar
💼 honorário não devolve, respeita
⛺ pastor condenado por incitar golpe
🚌 vale-transporte é direito, não recibo
🧾 coaf, RIFs e a montanha de suspeitas
direito administrativo
💄 Pode maquiagem ser um gasto essencial? Caso Érika Hilton gera debate na Câmara

imagem: Freep!k
A deputada federal Érika Hilton (PSOL-SP) virou alvo de discussão após usar a cota parlamentar para contratar maquiadores em Brasília. Segundo a coluna de Andreza Matais, foram mais de R$ 30 mil em despesas reembolsadas com serviços de maquiagem desde o início do mandato. A parlamentar justifica que se trata de parte de sua rotina pública e que os valores estão dentro das normas da Câmara.
O caso, no entanto, reacende o debate sobre os limites da cota para o exercício da atividade parlamentar. Prevista no Ato da Mesa 43/2009, essa verba tem como finalidade custear atividades relacionadas ao mandato — mas sem detalhar com precisão se cuidados estéticos se enquadram nisso. 💰 Juridicamente, o uso dos recursos públicos deve atender ao princípio da moralidade (art. 37, caput, da Constituição), o que abre margem para questionamentos.
Enquanto uns defendem que a imagem do parlamentar é parte de sua atuação institucional, outros enxergam exagero e possível desvio de finalidade. O tema divide opiniões e revela como a interpretação jurídica de gastos públicos nem sempre é unânime — e pode parar até no Judiciário, caso haja provocação.
🖌️ pincel ou princípio?
Quando o assunto é uso de verba pública, nem tudo que está na norma passa pelo crivo da moralidade administrativa. O artigo 37 da Constituição é claro: legalidade não anda sozinha — vem acompanhada de ética, finalidade e transparência.
Na prática, o Direito Administrativo ensina que o desvio de finalidade nem sempre está em grandes escândalos, mas em detalhes cotidianos. Para estudantes de Direito, vale o alerta: interpretar normas exige mais do que ler a letra da lei — exige sensibilidade para identificar o que realmente atende ao interesse público.
direito processual civil
💸 “Honorário é seu, não é troco ”

imagem: jusbrasil
A decisão do STJ foi cristalina: advogado não pode ser incluído como devedor em execução de ação rescisória para devolver honorários. Em outras palavras, se você é advogado, relaxa — a Justiça já disse que não cabe esse tipo de cobrança para reaver valores pagos a você. A turma do STJ analisou um caso em que o ex-cliente queria que o advogado devolvesse os honorários alegando nulidade da decisão anterior. Resultado? Nada feito.
Isso porque, conforme o artigo 85 do Código de Processo Civil, os honorários advocatícios têm natureza autônoma e são protegidos contra esse tipo de ataque ⚖️. E mais: a execução deve recair sobre quem realmente deve pagar, não sobre quem prestou serviço legalmente contratado. É o famoso “honorário é seu, não é troco”.
Então, fica a lição para concurseiros e advogados: fiquem atentos! A decisão reforça a segurança jurídica na relação profissional e evita que advogados sejam vítimas de execuções indevidas. Agora, pode voltar a focar no processo — sem medo da “devolução forçada”.
💼 honorário não é piada…
Os honorários advocatícios são muito mais do que um simples pagamento: são um direito legalmente protegido que valoriza o trabalho do advogado. Previsto no artigo 85 do Código de Processo Civil, eles garantem que o profissional receba pelo serviço prestado, mesmo que o cliente tente desfazer o pagamento depois. Isso porque o direito aos honorários não é uma dívida comum, e não pode ser cobrada de volta facilmente.
Além disso, os honorários funcionam como um “salário” justo pelo esforço e pela responsabilidade que o advogado assume no processo. É a segurança que protege o advogado de execuções indevidas e garante o respeito à profissão — afinal, nem todo trabalho jurídico é “de graça”, né? Saber disso ajuda futuros advogados a entenderem como defender seus direitos na prática.
direito penal constitucionalizado
⛺️ Orando alto demais, pastor condenado por induzir seguidores a irem contra o Estado Democrático

imagem: redes sociais
O STF decidiu, e foi direto: pastor condenado por incitar guerra civil e aderir a acampamento golpista. Não se trata só de “manifestar opinião”, mas de inflamar seguidores contra o Estado Democrático de Direito, em clima de “vai dar tudo certo com golpe”. A pena não foi pouca coisa, os ministros entenderam que houve incitação pública à animosidade entre as Forças Armadas e os poderes constitucionais — o que configura crime, sim senhor.
A condenação se ampara na Lei nº 14.197/21 (aquela que reformou os crimes contra o Estado de Direito), especialmente nos artigos 359-L e 286 do Código Penal. Entre discursos exaltados com tom de convocação, o pastor ultrapassou os limites da liberdade de expressão. Falar é livre — até o momento em que suas palavras colocam a democracia em risco. Aí, o tom muda... e entra o Código Penal no púlpito.
A decisão serve de alerta, a liberdade de expressão é direito garantido, mas não ilimitado. Usá-la como arma contra as instituições é cruzar a linha da legalidade. Então, se a ideia era “fazer história”, parabéns — mas o capítulo agora é na jurisprudência penal do STF.
📖 sermão com artigo penal
Essa situação se encaixa com força no Direito Penal Constitucionalizado, onde o penal caminha de mãos dadas com os princípios da Constituição. Incitar golpe, promover animosidade militar e tentar minar o Estado Democrático são crimes expressamente previstos desde a nova redação da Lei 14.197/21, criada justamente após os atos antidemocráticos que agitaram o país. E aqui vai uma curiosidade: antes dessa lei, a maioria desses crimes era tratada na velha e quase esquecida Lei de Segurança Nacional de 1983 — sim, aquela da época da ditadura.
Para quem estuda ou atua, entender esses limites é essencial, até onde vai a liberdade de expressão? O que é discurso político e o que vira crime? Advogados, concurseiros e estudantes precisam dominar esse novo mapa. Porque, no Direito, orar não exclui punir — e Constituição, diferente do púlpito, não aceita improviso.
direito do trabalho
🚌 Sem recibo, mas com razão
imagem: giphy
O TST confirmou, agente de endemias tem direito ao vale-transporte mesmo sem apresentar recibo ou comprovante de gasto. A decisão reforça o que já está na lógica e na lei, o benefício tem caráter indenizatório e não exige que o trabalhador prove, centavo por centavo, que usou o dinheiro pra ir trabalhar. Afinal, ninguém faz controle de catraca no trajeto da vida.
O caso analisado envolvia um município que se negava a pagar o vale-transporte alegando falta de comprovação dos gastos. Só que, segundo o art. 1º do Decreto 95.247/87, basta a declaração do empregado sobre a necessidade do transporte. O ônus da prova, aqui, não pode virar obstáculo para quem cumpre sua jornada de trabalho em campo, enfrentando sol, chuva e mosquito. 🪰
A decisão é um recado claro, não se exige papelada para reconhecer o óbvio. E mais — vale lembrar que negar esse direito pode configurar enriquecimento ilícito por parte do empregador público. Porque se o agente tá lá, na ponta, cuidando da saúde pública, o mínimo é garantir o deslocamento.
🤐 vale é direito, não teste
Esse caso cai como uma luva no Direito do Trabalho, especialmente no eixo dos direitos sociais mínimos e no princípio da proteção ao trabalhador. O vale-transporte é um direito assegurado por lei, não um favor que o empregador concede por gentileza. Tentar transferir ao empregado o ônus de comprovar cada trajeto até o trabalho, sem levar em conta a presunção de boa-fé, fere diretamente os princípios que orientam o processo trabalhista, como o da primazia da realidade e o in dubio pro operario.
Para quem estuda, advoga ou presta concurso, fica o alerta: o Direito do Trabalho existe justamente para equilibrar uma relação naturalmente desigual. Exigir recibo para tudo pode parecer zelo, mas na prática funciona como barreira ao acesso a direitos básicos. E aí, além de atrasar a justiça, o risco é fazer o trabalhador perder o ônibus — e a dignidade também.
direito penal econômico
💥 Coaf bombando? dinheiro não é desculpa

imagem: Freep!k
O Coaf viu um salto impressionante: o número de comunicações de operações suspeitas subiu 766% entre 2015 e 2024, passando de cerca de 296 000 para 2,57 milhões. Esse aumento expressivo vem do estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e Instituto Esfera, que aponta também um crescimento de 353% nas operações em espécie, de 1,09 milhão para 4,93 milhões. Ou seja: muita gente levantando suspeita — e o Coaf registrando tudo.
O trabalho dessas comunicações, além dos RIFs (Relatórios de Inteligência Financeira), é essencial para identificar pistas de lavagem de dinheiro e financiamento ao crime organizado. Mas há um porém, o número de servidores do órgão não está crescendo na mesma proporção, o que pode comprometer a qualidade da análise. Em outras palavras, muita informação — relativamente pouco “filtro” para processar tudo isso.
🧾mais RIFs, menos trampo?
O Coaf atua como UIF(unidade de inteligência artificial financeira), amparado pela Lei 9.613/98 e suas atualizações, que definem os deveres de comunicação e tratamento das informações suspeitas. Para os operadores do Direito, isso é um convite à especialização, entender o funcionamento do Coaf, os critérios de suspeição, a confidencialidade bancária e as colaborações entre órgãos é hoje parte significativa do arsenal contra crimes financeiros.
E a reflexão fica no ar, se o Coaf é o "radar" dos RIFs, precisamos garantir que não vire apenas um registro monumento ao excesso — e sim um motor eficaz no combate ao crime organizado.
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Express da quinta ☕
#1 ⚖️ Caso João Pedro: policiais vão a júri
O TJ-RJ anulou a absolvição dos policiais envolvidos na morte do adolescente João Pedro em 2020. Agora, eles enfrentarão o júri popular. A decisão reacende discussões sobre responsabilização policial e o uso da força letal nas operações.
#2 🔫 STF valida controle de armas de Lula
O STF reconheceu a legalidade dos decretos do presidente Lula que restabelecem regras mais rígidas para a posse e o porte de armas. O julgamento marca a vitória da política de controle frente à flexibilização anterior.
#3 📧 Notificação extrajudicial por e-mail é válida
O STJ decidiu que a notificação por e-mail é válida para comprovar atraso no pagamento em contrato com alienação fiduciária. A decisão moderniza práticas jurídicas e reconhece o valor probatório dos meios digitais.
🥵 Código do dia: suor, súmula e sentença
Te vejo na próxima, hein?
Chegamos à sua caixa de entrada de segunda a sexta, às 6h. Sempre com o objetivo de trazer leveza para os assuntos complexos que permeiam o universo jurídico.
A verdade é que, quanto mais você abre a Lawletter, mais atualizado você fica - este, sem dúvida, é um baita diferencial!